sábado, 10 de setembro de 2011















Se era realidade ou não, não sabia nem sentia.
Hoje mesmo ele apareceu no meu sonho. Acordei com um sorriso sem tamanho. Lembrei vagamente das palavras juradas ao pé do ouvido. Sonho. Tudo sonho...
Durante o dia inteiro fiz o que tinha que fazer. De quando em quando, ele me aparecia inesperadamente na memória. Coisa boba. Onde já se viu pensar tanto assim em alguém que vi poucas vezes na vida?
Antes dele, eu era uma pessoa sensata. Ele simplesmente surgiu do nada e me roubou o sossego. Do mesmo modo repentino que me apareceu, sumiu.
Antes dele, eu ponderava o amor. Dominava a ansiedade. Mantinha equilíbrio. Fazia tudo certo. Com Cautela e com calmaria cuidava para que nada fugisse do controle. De repente, um homem que só fez me olhar por três noites, sem nenhuma compaixão bagunça o meu sentimento assim, pouco e simples.
Dou para ele minha paixão repentina. Tudo o que ganho em troca é ele me olhar a noite inteira. Só me olha. Sem insinuar nada. Sem pedir, nem dar. Sem ao menos saber meu nome, fica no mesmo bar a noite toda olhando quilômetros de mim.
Que homem é esse cheio de tanto mistério e tatuagem?
Quando o vejo perco o foco. Nada é compreensível. Tudo fica apertado demais. A vista embaça, as cores vão ficando desfiguradas, sem forma, sem efeito. Uma ingênua excitação toma conta de mim. Meu coração bate em desordem. Minha concentração fica justa. Pernas bambas. Saliva pesada que quase não se consegue engolir. Coisas fora do comum. Sentimentos contrito. O amargo é doce demais. O azedo é puro sal. Uma confusão que treme. Uma paciência que se perde.
A presença dele me causa toda essa graça estranha. Ele me faz perder o controle de mim mesma.
Ele me faz ser louca... E do mesmo tanto que me faz ser louca, me faz ser burra. Pois nem lúcida consigo mais ordenar minha loucura.

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